sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Lenha na Fogueira: LADO DE LÁ, PITTY


Com minha criatividade e processos criativos de projetos pessoais borbulhando, percebi que muita coisa ao redor me dá fôlego e recarrega minhas baterias quando eu preciso. E sempre foi assim. Todos nós que trabalhamos com arte temos métodos que nos fazem manter o foco ou então manter a perseverança e vontade – e, como escritor, posso dizer que muitas vezes são essas injeções de criatividade e vontade que nos fazem persistir e alcançar alguns de nossos objetivos.

De métodos: música, cinema, literatura, pintura, escultura, natureza etc. etc. etc. As especificidades são de cada um, e são as minhas que serão mostradas sempre, nessa nova coluna. A Lenha na Fogueira trará pra vocês alguns exemplos do que me dá fôlego e o que me inspira nesse meu processo criativo de escritor, e trará também as razões daquilo dito me instigar tanto!

Espero que gostem da ideia. Espero os comentários de vocês!



música LADO DE LÁ
banda Pitty.



Pitty, de longe, sempre foi uma das minhas maiores inspirações. Desde moleque mesmo que as letras e a sonoridade inovadora da cantora trouxeram pra minha vida o discurso corajoso, inteligente que me instigava a pensar; a mente aberta e corajosa, na qual eu me espelhava pra ser igual; a voz deliciosa, de mulher, puta gênero incrível pra ter representante brilhante, e em português, que me representava: uma grande influência que desde quando gritava que o importante é ser você! marcou minha vida.

Mas foi quando esse incrível novo trabalho, intitulado Setevidas, saiu que eu realmente respirei fundo e confirmei o quanto essa artista é grandiosa. Músicas criativas, inteligentes, bem trabalhadas e profundas, as faixas do Setevidas resgataram o Rock mais denso, obscuro e de raiz da Pitty, muito voltado pra temas um pouco mais lúgubres e uma sonoridade mais obscura.

E o que poderia ser melhor para alguém que escreve sobre criaturas obscuras?

No momento estou em processo de escrita de uma história sobre uma raça fantástica dark, por assim dizer, e uma música deste álbum caiu como uma luva para essa realidade: Lado de Lá, com sua loucura crepuscular e seu ímpeto intenso, quase incômodo, é um prato cheio pro meu processo criativo. Minha escrita ficcional costuma ser enormemente contínua, quase sem pausas pra respirar, com intensos acréscimos de intensos fluxos de pensamento, adjetivos, advérbios e coisas que a deixam às vezes até mesmo lotada (do jeito que eu gosto, hehe), e a vibe inesgotavelmente crescente, rica e impetuosa dessa canção me ajuda a continuar no mesmo ritmo, sem cansar, enquanto ela estiver rolando no meu ouvido. É abrir meu Spotify, colocar a música na repetição por horas e, acredite: consigo escrever por horas (testado: consigo mesmo). E sem perceber cansaço. É tipo energético sonoro.

Pra entrevista que Pitty deu pro blog da revista O Grito, é dito pela cantora que a faixa se trata de um réquiem, e é exatamente essa a sensação que sempre tive da música, tanto por sua sonoridade quanto por sua letra. “Se arrancou, e partiu daqui e levou de mim aquele talvez...”, “Pra quê essa pressa de embarcar na jangada que leva pro lado de lá?” “E o silêncio [...] que atravessou domingo de sol, e eu chovi sem parar...” são trechos que trazem uma atmosfera lúgubre, cadavérica, mas com uma poesia e melodia elegantes no entremeio, o que torna o universo da canção infinitamente instigante, instigante a produzir algo no estilo. Algo mais gótico, culto, sagaz, e poderoso – e, como mexo com criaturas desse porte, no momento, é exatamente esse o perfeito tipo de música pra mim.

Portanto, se trata de uma canção pra inspirar um lado mais obscuro do meu processo criativo. Um lado mais rebuscado, também, poético, e uma música pra não deixar o fôlego acabar. É realmente uma música importante pro meu atual processo criativo, e é pros mesmos fins que indico ela a você, se precisa botar alguma lenha na fogueira! Não só ela, aliás, mas todo o novo álbum da Pitty – exceto a última canção, Serpente, que...

Bem, ela virá em outro Lenha na Fogueira, então é melhor não dizer nada. Fique ligado!

7 comentários:

  1. Concordo com você!
    Muitas formas de arte nos influenciam e inspiram para continuar nessa luta e trabalho diário que é escrever!
    Para um escritor, então.... é muito importante!
    Adoro Pitty e adorei a música.
    Seguindo aqui.
    Bjs, Lu
    http://resenhasdalu.blogspot.com.br/

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  2. Oi Breno!

    Acho Pitty uma cantora incrível! Uma mulher de atitude, sempre foi! Pena só ter ido a um único show dela. Quero muito que ela saia em turnê pra vê de perto as músicas desse CD novo.

    Beijos!

    Cintia
    http://www.theniceage.blogspot.com.br/

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  3. Breno! Eu fiquei com vontade de ouvir mais Pitty depois desse seu post! É mesmo ótimo quando temos algo que nos faz seguir com empenho e intensidade naquilo que nos é dado a fazer. Fiquei curioso pra ler algo seu, afinal li esse seu texto e estou seguindo o blog pra estar mais junto dos seus textos que, pra mim foram uma ótima revelação, você escreve do jeito que se escreve para impactar. Não pude ouvir a musica porquê onde estou nesse momento não tem nada pra se dar volume á parte do comp, mas li a letra e realmente é intensa. Esperando por seu texto sobre "Serpente". Abraços!

    http://gabryelfellipeealgo.blogspot.com.br/

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  4. Pitty foi uma grande influencia na minha adolescência!
    Acredito que ela se perdeu um pouco neste penúltimo CD e agora voltou com tudo!
    Gostei do post!
    Beijinhos
    Rizia - Livroterapias

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  5. Oi Breno!
    Fazia tempo que não ouvia a Pitty, nem sabia que ela tinha músicas novas. Gosto bastante da música e da voz dela, vou ouvir aqui!

    Beijos,
    Sora - Meu Jardim de Livros

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  6. Oi, Breno.
    Gostei sim do post, e como você também acho e utilizo de músicas e filmes para dá certo gás, seja na escrita ou na vida... Enfim, não conhecia o novo trabalho da Pitty, vou dá uma conferida no disco. Até mais. http://realidadecaotica.blogspot.com.br/

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  7. Oie Breno =)

    Por incrível que pareça mesmo quando não nos damos conta estamos sendo influenciados por algum tipo de arte.

    Vou ser bem sincera e falar que nunca fui muito fã da Pitty, mas achei interessante esse novo trabalho dela.

    Beijos;***

    Ane Reis.
    mydearlibrary | Livros, divagações e outras histórias...
    @mydearlibrary


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