quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

de Chris Buck e Jennifer Lee, FROZEN (2013)


Nome no Brasil: Frozen - Uma Aventura Congelante;
Gênero: Animação/Fantasia/Musical;
Roteiro: Jennifer Lee;
Elenco (Vozes): Kristen Bell, Idina Menzel, Jonathan Groff, Josh Gad, Santino Fontana;
Nota (de 0 a 5): 5.



Lembro-me de ter visto o trailer de Frozen sem querer, num dia qualquer quando decidi absolutamente do nada que queria assistir trailer de filmes. Vi o trailer de Beautiful Creatures (filme o qual amo tanto quanto a série literária de mesmo nome), vi um pequeno de Maleficent o qual já todos estávamos cansados de ver; vi, acho, o de Black Swan (um dos filmes do meu coração), o qual eu nunca havia visto... Em seguida vi o de Mulan, acho. Talvez após tenha visto o de Les Misérables (uma das coisas mais lindas que já assisti). E vi algum de algum outro desenho... Acho que foi o de Brave. E foi enquanto assistia a esse trailer que dei de cara com um ícone naquela barra à direita do Youtube, revelando um novo filme que estava para sair pela boa e velha Disney.

Frozen? “Isso é nome de música da Madonna”: juro que pensei isso assim que dei de cara com aquele título. Já tirei um conceito prévio enorme do filme, então. Enquanto clicava e o lindo Google Chrome demorava pra carregar (como quase sempre na triste realidade da minha internet), eu já conseguia imaginar um filme à la Tim Burton, cheio de coisas levemente assustadoras e com um humor levemente mordaz. Quase tive a nítida imagem de uma Madonna em desenho irrompendo em um milhão de corvos e voando pelo mundo congelado.

Vou lhes dizer uma coisa que, de vez em quando, gosto: quebrar a cara. Juro que não sou o tipo de pessoa que julga as outras, muito menos que tira preconceitos de qualquer que seja o assunto – porém, vez ou outra isso inevitavelmente acontece, e eu adoro quando estou errado. Pois adoro ser surpreendido. E o que eu julguei ser “mais um filme da Disney com um humor forçado” – “ora, por favor, eles estão tentando mesmo implacar mais um clássico, né?!” – acabou se tornando um dos filmes de animação mais lindos e importantes da minha vida.


As queridas irmãs, Elsa e Anna.
O filme traz uma temática curiosa: irmãs. Irmãs que, outrora muito amáveis uma com a outra, acabaram sofrendo um triste afastamento por conta de uma característica mágica da mais velha, Elsa (voz de – pelo amor de Deus, palmas, muitas palmas para o nome que será citado neste momento – Idina Menzel): seus poderes mágicos de gelo aparentemente incontroláveis. Ambas nunca, ou quase nunca, se encontraram após um acidente com a irmã mais nova, Anna (voz de Kristen Bell), causado pelos próprios poderes da irmã, a qual é obrigada a isolar-se para o bem não só da caçula, mas de todos que se aproximassem do que foi considerada uma maldição. As irmãs crescem afastadas, porém, é chegada a hora de uma nova rainha assumir o trono há muito não habitado do reino, e é esperado que Elsa faça absolutamente tudo nos perfeitos conformes. Entretanto, um desentendimento entre as duas irmãs gera um grave acidente, o que acaba revelando a verdadeira natureza de Elsa. É quando se dá início uma aventura em que todos os protagonistas se envolvem, com revelações, intrigas, euforia e muita, muita música.

O filme todo é uma busca. É a incessante busca por algo ou por alguém que movimenta toda a história de Frozen. E o que foi colocado no meio dessa busca – como a construção do romance, o sentimentalismo e todos os outros diversos pontos – é que é o fascinante. Algo que me deixou levemente chocado é que, apesar de ser um enredo bastante denso em variados sentidos, Frozen nunca se torna algo chato ou menos voltado para o mundo infantil. É um filme que pode ser visto por todas as idades por trazer significados e percepções diversos, percebidos de acordo com a faixa etária e a experiência de vida do expectador.

Existem ensinamentos realmente, realmente bonitos e importantes em Frozen, e acho que o principal deles é o que remonta o amor. Isso, aliás, é algo a realmente parabenizar: pela primeira vez em tempos o verdadeiro sentido do amor trabalhado num filme, o amor verdadeiro que é dito e tão ouvido durante todo um longa, o amor que salva e que cura, não é o amor de um casal. O amor trabalhado por Frozen rompeu essa barreira clássica dos filmes produzidos pela Disney, já que foca não no amor no sentido romântico e carnal que o conhecemos, mas sim num sentido mais arcaico, primitivo, por vezes até considerado, hoje em dia, como antiquado: o amor consanguíneo. O amor de duas irmãs. Essa sacada é que faz o filme ser diferente de muita, muita coisa que é produzida pela indústria hoje. É o amor, sim, que é o ponto principal para um final feliz – mas um amor familiar. O amor mais puro e real que alguém pode sentir. Algo assim ser retratado, pra mim, chegou a ser algo realmente emocionante.

Dito isso, é preciso afirmar: o enredo de Frozen é uma delícia. É uma das animações mais completas e ricas que já vi no âmbito emocional. Existe de tudo nessa animação: aventura, profundidade sentimental, vilania (verdadeira e dissimulada vilania, e eu não vou dizer quem é a maior representação da vilania no filme ou irei estragar com a graça da coisa), bravura, coragem e muito mais, o que faz dele tão emocionante e um verdadeiro supridor de expectativas – pois sou do tipo de pessoa que assisto um filme ou algo na necessidade de ser suprido, de ser completo, de ser satisfeito, seja de qual forma for. E Frozen me encheu, no bom sentido, em muitas áreas, até algumas que realmente não imaginei.

Elsa (Idina Menzel), na cena de "Let It Go".
Engraçado, com um cômico incrivelmente bem colocado, sem exageros ou sem errar no humor – pois sabemos o quanto é desastroso algo tentar ser engraçado e não conseguir –, é preciso também dizer que Frozen é um filme MUITO, muito lindo. Um dos filmes mais bonitos visualmente da história das animações Disney, e um dos mais originais também. Nas minhas pesquisas sobre o filme, acabei descobrindo que ele foi uma adaptação do conto de fadas The Snow Queen, do brilhante Hans Christian Andersen, conhecido por histórias infantis como A Pequena Polegar, O Patinho Feio e A Pequena Sereia. Também trabalhando com magia de uma forma muito interessante, já que toda essa parte do enredo é focada na confusa personagem Elsa (e o autocontrole do medo, das emoções e do mau que há dentro de cada um são propostas abordadas), acho que, obviamente, algo que torna Frozen único é a temática inverno e gelo. São temáticas que, ninguém pode negar, são moda, e que quando trabalhadas de forma criativa e com significado acabam se tornando memoráveis. Tornou-se uma das cenas mais memoráveis da história dos filmes animados a cena em que Elsa canta Let It Go e constrói seu novo lar. Não é tantas vezes que há tanta magia, emoção, beleza e espírito numa cena, apesar de se tratar de um filme de animação, ramo onde coisas assim são “mais fáceis” de serem encontradas.

Aliás, há também outro magnânimo ponto que precisa ser ressaltado: música! Finalmente outro musical da Disney! Para quem foi criado, como eu, assistindo Aladdin, Mulan e afins, ver a Disney tantos e tantos anos sem lançar um musical significativo foi meio doloroso. Mas então eles têm essa brilhante ideia e lançam Frozen, e cá está novamente: um musical poderoso, absurdamente criativo, com belíssimas, divertidas e até poéticas composições, interpretadas por vocais brilhantemente bem escolhidos e poderosos. Kristen Bell cantou lindamente suas canções: Anna tem uma rica quantidade de músicas a ser interpretada, cada uma com seus sentimentos e particularidades de tons e entonações vocais que dependem de muitas características – emocional da personagem, situação em que a mesma se encontra na cena etc. –, e tudo foi corretissimamente defendido pela atriz. Realmente Bell está de parabéns.

Entretanto, perdoem-me, mas eu não posso deixar de me ajoelhar e mais uma vez reverenciar a grandiosa Idina Menzel. A atriz, veterana da Broadway, conhecida mundialmente por ter feito parte do cast original de Wicked (uma das coisas mais lindas que existem nesse mundo, e que você ainda não conferiu, pelo bem do mundo dos musicais, confira), nunca esteve tão brilhante. Elsa foi uma personagem que foi feita para ser dublada por Menzel; eu não poderia imaginar qualquer outra atriz/cantora dando vida vocal à mesma. Por favor: o que foram aquelas músicas cantadas por Idina Menzel? O que foram aquelas notas, aquela emoção intensa e aquela habilidade vocal na segunda vez de For The First Time In Forever? O que foi Let It Go, senhoras e senhores?? Que mulher/cantora é essa?!



de Chris Buck e Jennifer Lee, FROZEN (2013) by Breno Torres on Grooveshark


Deu para perceber o quanto Frozen significou para mim, certo? Se você ainda não assistiu, assista! Concorda, discorda de algo? Tem alguma ideia, algum ponto de vista a acrescentar? Escreva nos comentários!

10 comentários:

  1. Oiiiiiiii. fiquei muito feliz com seu comentário no blog e vim correndo ver o seu *-*
    bom todos falando bem desse filme e eu ainda com vontade !! voce escreve bem demais, sério!
    não tinha visto uma resenha tão detalhada e boa até agora ;)

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    1. Camila, eu adoro você! Sério *-* aiushauihs
      Own, muito obrigado pelo carinho e gentileza. E não perde mais tempo, mulher! Você não tem noção do quanto esse filme é bom. *-* Corre pra assistir!
      Beijão!

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  2. Hipnotizada pelo gif da Elsa *----*
    Compartilho do mesmo amor pelo filme.
    Pelas músicas aaaaaaaaaaaaaah Frozen <3

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    1. Tudo, tudo e muito mais é lindo nesse filme!
      Beijão, meu bem. <3
      (E, convenhamos: Elsa é brilhante!)

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  3. Ei Breno!!! Como vai?

    Olha, recebi sua visita em meu blog, resolvi passar por aqui para retribuir sua gentileza, sem saber bem o que iria encontrar... E posso dizer que gostei muito do que vi! Você escreve da forma que gosto: sincero e num estilo de bate papo com o leitor. Acho isso sensacional... Dá para enxergar através das palavras quando um blogueiro comenta algo por pura obrigação... sem emoção e sem gosto, não é? Não foi o que vi lendo seus posts... Adorei.

    Espero que continue sempre escrevendo. :)

    Este filme está em minha lista para o final de semana, adooooooro!!!! E com seus comentários, bom, impossível deixar de ver, né? :)

    Valeu pelas dicas, boa sorte com o blog, estou te seguindo e pretendo voltar sempre! ;)

    Abraços!!!

    Escrev-arte.blogspot.com.br

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    1. Poxa Nadja, que doce você comigo. Muito obrigado mesmo! Muito obrigado pelos elogios e carinho. ^^ E eu vou continuar sim, pode deixar! haha
      EBA! Frozen é aquele tipo de filme que dá tanto comichão na gente que não tem como parar de encher o saco dos outros até fazê-los assistirem. Que bom que meu post e minha opinião te influenciou nisso ^^ Quero saber o que achou do filme depois, hein!
      Muito, muito obrigado! Suas visitas serão sempre, sempre queridas!

      Beijão!

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  4. Doida pra assistir Frozen, ainda mais depois desse post lindo sobre o filme *e sem spoilers, palmas* Tu tinha que falar da tal Idina, não é? haha' Já previa isso.rs
    Quero assistir LOGO, Deus *O*

    Beijos
    http://mon-autre.blogspot.com.br/

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    1. Ah não, spoilar já é sacanagem demais. IUAHSUIAHSUH Siiimmm, como não falar da magnífica Idina Menzel, amor da minha vida, do meu coração, de tudão?! *u*
      Beijão, Jen! <3

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  5. Assisti ao filme e fiquei cantarolando Let It Go a semana toda.
    Eu sou ré confessa nessa coisa de Amar os detalhes que só a Disney pode apresentar *-*
    É mais um conto de fadas, mas não é SÓ mais um conto de fadas!
    To assinando embaixo de tudo o que voce escreveu aí.



    Cansei de Inventar:http://canseideinventar.blogspot.com.br/
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    1. Não tem como não se apaixonar por Let It Go e por esse filme, não é? *-* E realmente: não é SÓ mais um. Pouca coisa da Disney se torna "só", essa é a verdade. ^^
      Beijão, meu bem!

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