Título no Brasil: Dezesseis Luas;
Quem escreveu? Margaret Stohl e Kami Garcia;
Editora: Galera (selo da editora Record);
Tradução: Regiane Winurski;
Número de Páginas: 488;
Número de Páginas: 488;
Gênero: Fantasia, Young Adult;
Nota (de 0 a 5): 4.
Enquanto ouço Seven Devils – música de Florence
and the Machine a qual fez parte da trilha sonora da adaptação do livro
presentemente resenhado –, consigo me lembrar perfeitamente de como foi ler Dezesseis Luas, o primeiro volume da
incrível série Beautiful Creatures, e
de como me senti enquanto lia. Acho que em poucas vezes fui tão envolvido e
conquistado por uma série em tão pouco tempo.
Comecei de um jeito pouco usual, pro que
me é normal: assisti primeiro ao filme. Fui – digo isso com um orgulho tão
grande, gente; pode ser bobagem, mas pra mim é algo muito importante, mesmo – à
estreia, com um amigo. Uma estreia que apesar de não parecer estreia, já que se
quinze gatos pingados ocuparam as cadeiras do cinema foi muito e se esses
quinze gatos pingados demonstraram mais de meia reação durante todo o filme foi
também muito – os animadinhos com literatura fantástica e com o enredo ali eram
realmente só eu e meu amigo (vocês não tem noção do quanto foi triste ficar
pulando sentado e gritado de animação sozinho)
–, significou tanto ao ponto de me fazer perturbar tanto minha querida amiga
Karen, tanto, de uma forma tão irritantemente intensa e... Chata que, acho que tendo consciência de que foi ela quem me
induziu a ir ver o filme e ler a história, acabei ganhando da mesma com os dois
primeiros livros da série. Poucas vezes fiquei tão saltitante como quando o
moço dos correios me entregou aquele embrulho enorme nas mãos.
Foi mais ou menos nessa época, só que no
ano passado, que devorei Dezesseis Luas
pela primeira vez. A história fala de Ethan Wate, o qual primordialmente é só
mais um garoto quase comum na cidade de Gatlin: quase, já que um de seus grandes desejos, diferente da maioria das
pessoas que compõem aquela cidade – “as burras e as empacadas”, como seu pai
afetuosamente outrora caracterizara seus vizinhos –, é mandar-se daquela
realidade tediosa e imutável e ganhar o mundo. Ethan não contava, entretanto,
na radical e absurda mudança que sua rotina e seu futuro teriam quando uma
jovem finalmente chega à cidade, depois de ser expulsa de várias outras escolas
ao longo da América. A jovem é Lena Ravenwood: uma bela e introspectiva garota,
neta do homem mais assustador e considerado herege por toda a cidade: Macon
Ravenwood. Uma estranha conexão surge entre os dois jovens, entretanto, após um
incidente aparentemente comum numa estrada comum da comum Gatlin da Carolina do
Sul: uma conexão que os levará a um inesgotável e poderoso sentimento de amor,
e consequentemente a uma viagem mística e pelas vielas mais profundas (às vezes
literalmente) da história da magia, da bruxaria, do que corresponde à cidade e
de suas próprias árvores genealógicas. Uma viagem que pode custar mais
descobertas e coragem e lhes tirar mais coisas do que os dois jamais poderiam
imaginar.
Beautiful
Creatures acabou se
tornando uma de minhas séries favoritas da vida – ao lado de grandes amores
meus como His Dark Materials (Fronteiras do Universo) e Harry Potter – justamente por um caráter
que sempre, sempre considero quanto estou lendo qualquer coisa que trabalhe
fantasia: originalidade. Sendo completamente honesto, tornou-se realmente moda
escrever sobre feitiçaria depois do estrondoso sucesso de vendas que foi Harry Potter. Todo mundo quer seu Harry Potter, todo mundo quer chegar
aonde Harry Potter chegou, muitas
vezes com pretensões absurdas visionando o sucesso e a best-sellerzice. Coisas que, graças aos céus, eu realmente não vi
em Beautiful Creatures. Acho que devo
parabenizar realmente as autoras pela forma que retrataram o mundo da bruxaria
em seu livro, a qual não foi de uma forma exageradamente atual, de forma alguma
enjoativa e menos ainda uma cópia ao menos parcial do universo de J. K. Rowling:
Kami Garcia e Margaret Stohl trabalham com a magia e a feitiçaria primordial –
a magia e feitiçaria das antigas, folclóricas e góticas bruxas, dos vestidões
bem trabalhados, das magias em Latim e dos livros de feitiços pesados e
amaldiçoados – reproduzidas em um universo contemporâneo delicioso e cativante.
Eu realmente fiquei encantado pela forma linda com que Stohl e Garcia contextualizaram
esse tipo de aura bruxa gótica medieval sem retirar a essência da mesma.
Numa narrativa rítmica e deliciosamente
fluida, Dezesseis Luas também não
perde outra essência que se propõe a trabalhar: o Young Adult (uma literatura que costuma ser destinada ao público
entre dezoito e vinte anos, de acordo com a American
Library Association). O que significa isso? Simples: uma literatura juvenil
que aborda temas um pouco mais adultos e de uma forma mais madura, sem perder
aquilo que é próprio do adolescente e do jovem adulto (nesse caso ainda tendo a
adição do gênero Fantasia, é claro).
Em Dezesseis Luas, você encontra
clichês adolescentes sim, assim como pensamentos adolescentes e uma realidade
também adolescente, porém de forma alguma enjoativa, menos ainda infantil, e que
não apenas se limita aos círculos de jovens. O jeito crescido com que Stohl e
Garcia trabalham muitas coisas no livro é realmente algo de se apaixonar,
principalmente no meu caso, que gosto de literatura juvenil, mas não aquelas tão juvenis assim, se é que você me
entende. Essa maturidade com que o livro normalmente é trabalhado na escrita
pode até ser pelo fato dos dois protagonistas serem adolescentes com maior
maturidade e sensatez, o que torna as coisas mais adultas e bem mais
interessantes.
Escrita, aliás, a qual eu simplesmente
adorei. Sabe aquela escrita leve, deliciosa, com tudo muito bem comedido, que
você simplesmente não consegue parar de ler? É tudo muito fluido, muito
natural; as peças do enredo se encaixam, e o ritmo caminha sempre rítmico,
naquela mescla de tons: mistério/calmaria/cômico. Isso é preciso ser ressaltado
também: Dezesseis Luas é engraçado de
uma forma gostosa, já que é, como dito, natural. Dezesseis Luas não é um livro pretensioso, como costumam ser os
primeiros livros de séries, que por vezes os escritores tanto se empolgam pra
conquistar os leitores que acabam forçando a barra em diversos aspectos. É um
livro para ler e se divertir – sem, é claro, esperar nada além do que é
proposto pelo gênero, que é o Young Adult
(esse é o problema de muita gente, aliás: querer criticar um tipo de Literatura
analisando-a por fora daquilo que é proposto). Também sobre a escrita: o livro
é escrito por duas autoras! E, gente. Não só como leitor, mas também como
escritor, eu posso lhes afirmar o quanto que é difícil fazer dar certo um
negócio escrito por duas mãos e mentes diferentes. O maior trunfo de duas
mentes trabalharem num mesmo livro é não fazer com que se perceba que foi mais de
uma que o escreveu. Já li um ou dois livros escritos por mais de um autor aonde
eram tão palpáveis os diferentes tipos de escrita que eu quase conseguia ouvir
os gritos das palavras anunciando a quem pertenciam. E eu garanto com todas as
letras: a escrita dupla de Margaret Stohl e Kami Garcia, nesse sentido, é uma das mais perfeitas que já tive contato.
Além de que, puxa vida, ainda sem sair do
âmbito da escrita: um padrão em séries infanto-juvenis é quebrado em Dezesseis Luas. O protagonista usa
cuecas! É UM RAPAZ! O caps lock
ligado, veja bem, foi por causa do quão novo isso foi pra mim. Gente, por
favor: realmente já deu um pouquinho de garotas protagonizando séries e tudo o
mais no infanto-juvenil, não? Sou assumidamente feminista, antes que eu seja
acusado de machismo literário, mas é que isso se tornou tão, tão comum e batido
que, apesar de cada protagonista trazer sua singularidade, sinceramente, pra
mim, cansou. Eu leio, é claro, se a história me interessar, mas realmente me
abre os olhos se a narração for feita por um garoto pelo grau de diferenciação
do comum que uma literatura assim tem – referindo-me a primeira pessoa, é
claro. O que, DEUS do céu, também é preciso ser dito, e isso é realmente um
ganho importantíssimo que Beautiful
Creatures não só trouxe pra minha vida como leitor, mas também para meu eu
escritor: esse livro – essa série como um todo – foi o responsável por diminuir
em mim o preconceito gigante que eu tinha quanto à literatura escrita em
primeira pessoa. Eu simplesmente odiava. Não conseguia ler. Entretanto, a forma
deliciosíssima com que a primeira pessoa de Garcia e Stohl é empregada... Isso
tudo pode estar parecendo um verdadeiro exagero, eu sei, mas eu me rendi.
Realmente me rendi a essa escrita, e sou apaixonado por ela.
O enredo também é bem costurado, sem
pontas soltas, obviamente feito com cuidado antes de ser publicado. Algo que me
encantou muito também são os personagens: todos extremamente empáticos, até
mesmo os menos citados (como parte da família de Lena) – destaco Amma, Ridley,
Link e Sarafine (a incrível Sarafine!). O romance de Lena e Ethan também é algo
que não empaca a história: a construção desse amor e a percepção do mesmo é
algo que anda junto com o enredo, o que é realmente adorável. Adoro a edição
que tenho, a que tem a capa do pôster do filme, apesar da original também ser
maravilhosa; quanto às críticas à parte de construção e mais técnica do livro: amo
essa fonte usada pela editora Galera para os livros, a diagramação está bem
agradável, a tradução está de parabéns, mas lembro que houve algo que me
incomodou imensamente quando li – a revisão. Lembro-me de ter encontrado
algumas palavras incompletas e alguns erros esquisitos de pontuação, o que me
incomodou um pouco, já que sou tarado por revisões corretas em absolutamente
tudo. Mas meu exemplar é um pouco antigo; isso já deve, certamente, ter sido
consertado.
A verdade é que a minha leitura de Dezesseis Luas significou bem mais do
que apenas mais um livro. Realmente esse livro é muito importante pra mim, e
está marcado na minha vida como leitor. Um livro para ser lido para relaxar, se
divertir e viajar: Dezesseis Luas, de
Margaret Stohl e Kami Garcia, publicado pela brilhante Galera Record. Todos os
livros da série serão resenhados aqui no Blog, então não deixe de conferir!
Já leu o livro? Discorda de alguma coisa,
tem algo a acrescentar? Ainda não leu? Quais suas impressões sobre o livro?
Você deseja lê-lo? Escreva tudo nos comentários!
Devo admitir que tinha um certo preconceito com essa série, não tinha muita vontade de ler... O porquê permanece uma incógnita! Talvez fosse essa coisa de estar cansado de gente escrevendo sobre magia, tentando entrar na onda de Harry Potter, como você disse. Quero deixar claro que não sou aqueles que ficam colocando Harry Potter como a melhor série das galáxias todas, "Tia Jo" como a deusa das deusas do Olimpo só porque sim (acho isso deprimente), mas concordo que a maioria quer só chegar onde HP chegou.
ResponderExcluirAdorei o texto, muito mesmo! Me deu uma vontade imensa de conhecer melhor a série, acho até que vou comprar semana que vem. Fiquei curiosíssimo!
Parabéns, continue assim! :D
Gabe, seu lindo! E, bem, eu acho que é isso, sim. Quem não quer ter seu Harry Potter? Quem não gostaria de ter um reconhecimento e uma vida tal qual Rowling? O problema é deixar demais se levar por isso e esquecer a própria essência de escritor e a originalidade, né.
ExcluirQue bom que gostou, meu bem. *-* Procura sim! Se comprar, não deixa de me contar! =D
Beijão! Obrigado! *-*
Bom eu comprei esse livro justamente por ser fantasioso, vcs tem razão essa onde de todos tentar copiar HP é deprimente, mas confesso que adorei o livro ele prende bastante a atenção. Porém o Filme é umA PORCARIA, mudaram todo o contexto da história tirando um pouco do romance, fora que escolherem péssimos atores p filme.. Enfim, eu quero continuar a ler a série mais em vez de 17 luas comprei 18 luas kkk na época comprei 5 livros, no momento to sem dinheiro p comprar mais, mas a tentação é grande. XD
ResponderExcluirkisu
www.eraoutravez.com
É, eu concordo que eles poderiam ter sido um pouco mais fidedignos ao livro. Eles mudaram coisas desnecessárias, além de terem feito divulgação com aquela frase completamente sem noção ("o novo Crepúsculo" ou algo do tipo). Mas discordo quanto ao que você disse quanto aos atores pro filme. Achei o cast realmente perfeito - só não concordei nada por terem escolhido a Emmy Rossum como Ridley. Ficou realmente nada a ver, nada a ver aquela escolha. Mas enfim, a gente nunca pode ser completamente feliz nessas coisas de adaptação cinematográfica, né? xD
ExcluirBeijão, Pamela!
Breno, tudo bem?
ResponderExcluirNunca tive muito interesse nessa série; apesar do tema ser um dos que mais gosto, não me senti muito atraída pela história =/ Porém, acho que se eu começasse a ler iria adorar.
Beijos,
www.procurei-em-sonhos.com
Certamente seria bom você dar uma chance! Nunca custa dar chances aquilo que normalmente não nos atrai. É sempre uma delícia quando nos surpreendemos com as coisas. ^^
ExcluirBeijão!
Aiii... *o* nunca assistir ao filme, mais fiquei muito curiosa em ler a série... espero que tenha a oportunidade e vc me fez despertar mais curiosidades. Bjiimmmm!
ResponderExcluirsonholiterario.blogspot.com
Tô seguindo de volta, apareça sempreee!
Que bom que consegui fazer o livro te conquistar *-* Que bom, que bom. Não esquece de passar por aqui quando ler pra me contar o que achou!
ExcluirBeijão! E o convite de aparecer sempre é recíproco! <3
Oi Breno!
ResponderExcluirAntes de tudo, obrigada pela visita!
Gostei muito da forma como você escreve a resenha. Quanta intensidade! Realmente despertou a vontade de ler!
Vi que está começando agora e espero que possamos nos visitar sempre
Ah, estou seguindo o blog ;)
Beijinhos
Rizia - Livroterapias
Quem agradece a visita sou eu, meu bem! E obrigado pelos elogios! Se realmente despertou vontade em você para ler o livro, então minha função foi devidamente cumprida. ^^
ExcluirQue as visitas sempre aconteçam! E obrigado por seguir o Blog! Será sempre bem-vinda por aqui. ^^
Beijão
Oi Breno! (:
ResponderExcluirEu já li o primeiro livro da série Beautiful Creatures e tenho até o livro três na estante. Porém, ainda não li os demais.
Eu gostei da leitura de "Dezesseis Luas". Juro. Mas não amei como você amou. Isso ficou perceptível ao ler sua empolgação presente nas palavras de cada parágrafo.
Eu realmente lerei em breve os demais livros da série e espero concluí-la o mais breve possível. Odiei a adaptação. Não consegui nem ao menos terminar de ver. Muito ruim mesmo.
Enfim, adoro ler suas resenhas, porque são tão bem explicadas e coerentes. Poucos blogueiros têm este talento. Espero um dia, escrever assim como você. Haha
Abraço!
"Palavras ao Vento..."
www.leandro-de-lira.com
Que bom você por aqui, Leandro! *-* E que maldade ter essa série empacada na estante e não lê-la... xD Brincadeira! Mas o fato é que eu adorei a adaptação, mas realmente entendo todos os porquês do ódio da maioria das pessoas que leram o livro e viram depois a adaptação. Realmente entendo.
ExcluirOwn, muito obrigado pelas palavras! E não diga bobagem, eu é quem adoro visitar o seu espaço e simplesmente amo ler a suas resenhas. Você é ótimo!
Abraço, meu querido! Volte sempre!
Gostei da sua resenha. Te seguindo (:
ResponderExcluirhttp://rascunhosdodudu.blogspot.com.br/2014/02/conto_5.html
Obrigado! :]
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